Finalizando a visita a Agra, chegou a hora de seguir para outra etapa da viagem e a partir deste ponto viajei em tour privado, já que minha colega de viagem finalizava seu roteiro em Agra, então daqui para frente a viagem era eu, um guia e um motorista. Mas foi justamente neste ponto que me aconteceu uma ........., que considerado a pior situação em viagens que já passei na vida.
A etapa seguinte consistia em visitar Khajuraho e no caminho fazer uma parada em Orcha, a ida até lá foi em trem, começando assim uma aventura diferente, pois até então os deslocamentos haviam sido em carro, e o pior de tudo, eu segui SOZINHO de Agra até Jhansi, cerca de 4 horas em trem.
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Estação de trem em Jhansi |
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Embarcando na estação de trem em Jhansi
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Um receptivo de viagem me pegou no hotel em Agra e me guiou até a entrada no vagão do trem, até ai tudo bem, o clima da estação de trem é o mesmo de qualquer estação de trem em países de 3º mundo, normal. Mas eis que descubro que nas proximidades e pode-se dizer até dentro das estações, há pessoas que vivem por ali, fazem parte do grupo de pessoas que vivem na rua, por assim dizer.
Quando digo dentro das estações, é porque não há um bloqueio entre os viajantes e as pessoas que circulam pela estação, então vi muita gente lavando roupa, tomando banho, etc utilizando as torneiras existentes na área das estações, inclusive em pontas de plataformas de embarque/desembarque, imagine a doideira.........
Feito o embarque a viagem correu sem problemas até Jhansi, havia até serviço de bordo onde serviram um café da manhã, simples mas gostoso.
As imagens que vi durante esta viagem, me mostraram um lado da Índia que não havia visto, pois o trem ia cortando regiões do interior e ali se via como vivem as pessoas por aquelas bandas, em todas as paradas as estações eram a confusão que citei anteriormente, ou seja, gente chegando/embarcando/vivendo por ali, tudo "junto e misturado".
Eu poderia ter feito várias fotos da vida que assisti durante esta breve viagem, mas eram tão tristes e deploráveis que preferi somente mantê-las na memória, não valia a pena registrá-las.... Imagine uma "fila" de gente defecando na via férrea e o trem passando diante destas pessoas??...... e isto na estação de trem....... eu não consigo fotografar algo desta natureza, muito triste..... mas assim é a vida, mundo a fora!!!
Chegando a Jhansi a confusão na estação era a mesma. E foi ai que passei um dos maiores apuros em viagem, pois simplesmente "esqueceram de mim!!!". Imagine chegar em um local onde você não domina o idioma falado, escrito, com seu inglês macarrônico e a pessoa que iria te pegar "pela mão" e levar para um carro, não aparece??? E para complicar quando fico extremamente nervoso como foi o caso, esqueço os outros idiomas, e não conseguia falar inglês, mas sempre aparecem "anjos" para nos ajudar e com a ajuda de um funcionário do serviço de turismo, conseguiram fazer contato com a agência em Délhi, que acionou o representante de Jhansi que havia "esquecido de mim". A história é recheada de detalhes, mas não vou cansá-lo com isto, só posso dizer que não me recordo de situação na vida em que fiquei com tanto medo, então a partir dali seguimos em carro com um motorista até Khajuraho, com uma parada em Orcha.
ORCHA
Orcha que esta a 16 km de Jhansi é uma cidade medieval que ficou congelada no tempo, sendo um legado de arte e esplendor cravado em seus palácios e templos construídos entre os séculos 16 e 17 pela dinastia Bundela. Ela foi fundada no século 16 pelo chefe Rajput Bundela Rudra Pratap, que escolheu aquela língua de terra ao largo do rio Betwa, como lugar ideal para erguer sua capital.
Devido a falta de conservação no decorrer do tempo, hoje palácios, salão de banhos, muros e portas formam um conjunto do que restou.
A visita começou pelo palácio principal o JAHANGIRI MAHAL.
Este palácio é um exemplo da arquitetura rajput bundela, e seu nome é uma homenagem ao imperador mogul Jahangiri que passou uma noite ali. Sua arquitetura é formada por camadas, possuindo 132 aposentos acima do pátio central e uma quantidade igual de cômodos na parte subterrânea.
Restam mostra de azulejos embelezados com pedra lápis-lazúli que fizeram parte de sua rica e bela decoração.
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Jahanrigi Mahal - lado externo |
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Jahanrigi Mahal - pátio interno |
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Jahanrigi Mahal |
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Jahanrigi Mahal |
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Jahanrigi Mahal - uma das entradas principais |
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Jahanrigi Mahal |
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Jahanrigi Mahal - pátio interno |
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Jahanrigi Mahal - passagens na cobertura |
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Vista de Orcha a partir do Jahanrigi Mahal |
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Jahanrigi Mahal - detalhes em azul são de lápis lazuli |
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Vista de Orcha a partir do Jahanrigi Mahal |
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Jahanrigi Mahal- detalhes em azul são de lápis lazuli |
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Jahanrigi Mahal - cobertura |
Na sequencia seguimos por entre portais e vielas para vistar a cidade velha onde visitamos alguns famosos templos daquela cidade.
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Orcha - cidade velha |
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Orcha - cidade velha |
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Orcha - cidade velha |
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Orcha - cidade velha |
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Orcha - cidade velha |
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Orcha - cidade velha |
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Orcha - cidade velha |
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Orcha - cidade velha - loja de doces |
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Orcha -templo Chaturbhuj |
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Orcha -templo Chaturbhuj |
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Orcha - cidade velha |
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Orcha - cidade velha |
Após a visita a Orcha seguimos viagem até Khajuraho, que durou cerca de 4 horas em carro. Uma das piores horas de minha vida, já que a estrada era mão dupla, muito estreita e ruim, lotada de gente, gado, carros andando na contramão, inclusive o motorista do carro em que viajava, enfim, chegou uma hora que resolvi fechar os olhos e tentar dormir, pois se era para morrer que eu não visse nada antecipadamente. Aquele foi um dia muito, mas muito estressante.
KHAJURAHO
Chegando a Khajuraho fomos direto para o hotel, onde o receptivo local já me aguardava, após dar-me as orientações sobre como seria nosso roteiro no dia seguinte, ele se dispôs a levar-me até a vila para jantar e eu conhecer um pouco do local, aceitei apesar do cansaço e quando ele chegou para me buscar, nos dirigimos ao estacionamento do hotel e eis que havia uma moto nos esperando, ou seja, ele não estava com carro....... Consegue imaginar-se andando de moto na Índia???.... nem eu imaginava, mas diante de tantos problemas e perigos que corri no dia, pensei "seja o que Deus quiser", montei na garupa e lá vamos nós circulando em Khajuraho para apreciar a noite...... valeu a pena!
No dia seguinte seguimos direto para visitar a principal atração de Khajuraho que é o complexo de templos, cujas 25 construções existentes representam a grandiosa explosão artística patrocinada pelos governantes Chandela durante os tempos de paz, que fizeram de Khajuraho sua capital. Foram construídos entre os séculos 9 e 10.
A remota localização dos templos, após o declínio dos Chandelas, no século 13, salvou os templos da devastação de ataques islâmicos, já que ficaram abandonados e por consequencia salvos.
Ficaram escondidos por uma densa floresta até 1838 quando foram descobertos. Consta que originalmente haviam 85 templos, cujas escavações em curso desenterraram muitas ruínas.
Quando você entra no complexo, fica meio perdido sem saber qual direção tomar, já que são muitos templos para visitar. Como eu estava com guia local, isto ajudou bastante, já que ele foi me orientando e dando explicações durante toda a visita.
Eu havia lido que eram muito detalhados, mas não podia fazer ideia do quanto realmente são.
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Khajuraho |
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Khajuraho |
Dentre eles o mais notável é o templo KANDARIYA MAHADEV que representa o auge da arte e arquitetura sacra do norte da Índia. As dimensões grandiosas, a composição harmoniosa e requintada chamam atenção. São mais de 800 imagens decorando o templo, as quais retratam deuses, deusas, animais, guerreiros, donzelas sensuais, dançarinos, e as famosas cenas eróticas, que no ocidente fizeram a fama dos templos de Khajuraho.
Finalizada a visita ao complexo de templos, seguimos direto ao hotel para pegar a bagagem e seguir viagem para Varanasi, um dos pontos altos da viagem e onde finalizaria a viagem.
Na verdade estes últimos dois dias, foram dedicados praticamente a deslocamentos, já que as atrações eram distantes uma da outra. No entanto repletas de "aventuras/emoções"....
A viagem entre Khajuraho e Varanasi foi feita em avião, e uma outra nova experiência me aguardava. Diferente do embarque nas estações de trem, onde tudo era misturado e o acesso livre. Nos aeroportos só entra quem vai viajar, então os receptivos de turismo conseguem te levar somente até a porta do aeroporto, dali pra frente você se vira.
O embarque é um pouco diferente do que estamos acostumados, pois a passagem da bagagem no raio X e detectores de metais, ocorre na calçada/porta do aeroporto, destinada a área de embarque, ou seja, fora do saguão do aeroporto.
Ai você segue para fazer o check in e fica meio perdido, pois no caso de aeroportos de cidades pequenas como Khajuraho, o pessoal da companhia aérea não fica o tempo todo disponível para receber a bagagem e emitir os cartões de embarque. Ai vira uma confusão porque você não sabe quando começarão a atender, etc. Eu me vi tão perdido que resolvi me meter no meio dos indianos e seguir o que eles faziam.
Quando estava próximo do que supus ser o guichê de atendimento, segurei uma nota de rupias na mão, assim como quem não quer nada, e acredita que um funcionário do atendimento me chamou imediatamente para fazer o check in?........ kkkkkkkkk. Havia descoberto a forma mais rápida para atendimento, não sei se a mais correta, mas que se dane, eu queria era o cartão de embarque e pronto.
E assim, embarquei rumo a Varanasi, onde outras experiências me aguardavam, mas neste caso foram boas experiências, as quais relatarei no próximo e último post a respeito desta incrível viagem!!
Namastê !!!!
Benevide
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